Pesquisar este blog

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Plano Bresser e Plano Verão – Uma visão racional do período ("lascado")...



Olá caros leitores! As aulas de economia com a querida Professora Jarmonielle me instigou a curiosidade de saber um pouco mais sobre nossos planos monetários, deste modo, achei interessante traçar uma pequena análise acerca dos paralelos entre Plano Bresser e Plano Verão, com base em pesquisas e depoimentos de meu namorado que viveu bem essa época.... espero que seja útil as informações e que edifiquem nosso cognitivo sobre uma das coisas que mais gostamos: "Dindim"....

A princípio, pra quem acha que o Plano Real é uma merda, não deve ter visto falar de Planos como Cruzado, Bresser e Verão por exemplo. A política fiscal adotada nesses planos visavam estabilizar a economia (para o núcleo endinheirado do nosso meio social, claro, e que se foda a plebe), entretanto, é notório afirmar que foi uma merda, digo, fracasso em cima de fracasso...

O Plano Bresser surgiu como meio se substituir o então fracassado plano cruzado instituído pelo querido ex presidente Jumento , digo, Sarney (da "República Monárquica do Maranhão), mas se mostrou ineficaz tanto quanto o plano que o deu lugar, não dando conta de estabilizar o horror que se mostrava inflação em nosso país, e cedendo lugar posteriormente ao “Plano (Vera) Verão”. Em 1987  no governo de Sarney o ministro  da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira, assume com a missão de controlar a inflação herdada do estúpido Plano cruzado.

    O principal objetivo do plano não era acabar com a inflação, nem com a indexação, mas evitar a sua aceleração e a hiperinflação, e para isso era necessário diminuir o déficit público (pura mentira!) que já representava uma parte considerável do PIB, pois nesta época os gastos do governo eram superiores as receitas provenientes dos impostos "extorquidos" no território tupiniquim.
            
Agora vamos para as "intelingentes" medidas adotadas:

· Congelamento de salários, com inflação corrigida após seis meses ao nível de 12 de julho (uma sacanagem);
· Congelamento de preços por três meses, observando que aumentaram vários preços antes do congelamento (Uma fraude);
·   Mudança da base do índice de Preços ao Consumidor (IPC), incorporada a inflação para não sobrecarregar o mês de julho (Uma piada);
·   Desvalorização do câmbio em 9,5% em ao nível de 12 de junho, sem congelamento, mas com desvalorizações suaves, e com menor ritmo (É rir pra não chorar);
· Congelamento do preço de aluguéis de junho sem nenhuma compensação (Pelo menos uma tentativa de acerto haja visto a especulação imobiliária abusiva);
· Elaboração da (URP), unidade Referencial de Preços, quecorrigia os salários de três em três meses ( A alegria do pobre).

    Vale ressaltar que foi mantida uma política fiscal com taxa de juros positiva para incentivar a poupança (da qual saímos fodidos e mal pagos pelo Collor). Apenas como política de curto prazo o Plano Bresser teve êxito, conseguiu mesmo que por curto tempo equilibrar a balança comercial, mas com o aperto nos preços, a indústria se sentiu desestimulada a produzir por conta do aumentos nos custos.

  O desequilíbrio de preços fez com que a inflação voltasse novamente, pois as pressões das classes trabalhadora e industrial que resultou em ganhos de reajustes para várias categorias começando pelos funcionários do governo e se espalhou para todas as classes.

     E em dezembro de 1987, o plano não conseguiu controlar mais o déficit público (creio que os representantes políticas limpavam o rabo com notas de 1000...), apesar de ser este seu objetivo principal.Impossibilitado de tocar a política monetária em virtude de interesses contrários do governo Sarney , não o permitindo manter a austeridade fiscal.

Como estava até o pescoço atolado na merda, Bresser pede demissão e assume o Ministro Maílson da Nóbrega que já (se achando..) inicia propondo uma política econômica sem medidas drásticas, tenta conviver com a inflação fazendo ajustes localizados, essa política foi denominada de "Feijão com Arroz", a qual deveria evitar a hiperinflação. Porém em 1988 a inflação chega a 933% e o governo lança mais um plano econômico.

E em 15 de janeiro de 1989, Plano Verão determinara o corte de três zeros; criando o "Cruzado Novo" mais um congelamento de preços é extinta a correção monetária e o plano propõe a privatização de algumas estatais (deveriam ter feito com a telefonia nessa época) e cortes nos gastos públicos ( Piada!), onde os funcionários contratados nos últimos cinco anos seriam exonerados (O Detran-TO deveria adotar isso na contemporaneidade, hehe). Os cortes não aconteceram ficaram somente no papel (Grande novidade....). O governo não realizou nenhum ajuste fiscal como sempre, as discussões no congresso sobre o período do mandato de presidente impediram qualquer tentativa de medidas mais austeras. Resumindo: os contribuintes que se lasquem!

O Plano Verão vira estatística que passa a preencher o rol de planos econômicos desastroso do período. Em dezembro do mesmo ano a inflação atingiu 53,55%. E de 1989 a 1990, a inflação chega a marca de 2.751%.a.a.

Graças a Deus veio o Plano Real, lembro do câmbio ainda na infância, nao presenciei esses abusos anteriores a nós cidadãos  contribuintes constitucionalmente garantidos em um pseudo estado democrático de direito...

Ah, obrigado por me fazer gostar de economia , Jarmonielle!

E a todos, um excelente Halloween...




Thyago Pinto de Sousa

          
Bibliografia de apoio para os dados inflacionários:

ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA - A Saga dos Planos Heterodoxos: A economia Brasileira de 1985 a 1994. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sugestão de leitura pro fim de semana: A maçã no escuro (Clarisse Lispector)



Olá caros leitores!!!!! nesta sexta feira quente (com promessa de chuva mais tarde) apresento uma sugestão de leitura agradável pro fim de semana. Portanto, edifiquem seu cognitivo com boa leitura! 

O universo literal que Clarisse se insere me deixa até tímido pra elaborar uma pequena crítica, mas vamos lá!!!

A princípio, se há livros que abordam e aprofundam bem o existencialismo sob a forma de romance, este é O LIVRO!!. Sou um fã incondicional do Vergilio Ferreira que aborda muito bem o tema nos seus romances, mas a Clarice é um colosso, sinto até que ofusca Vergilio Ferreira (não quero ser pretensioso - foi apenas a forma como eu o senti, ambos os escritores são grandes e qualquer comparação é injusta) 

A Maçã No Escuro é uma história sobre um homem, que, farto da sua vida e do seu papel na sociedade, resolve recriar-se a si próprio a partir do nada. Para atingir esse objetivo, e para ter certeza que não pode voltar atrás, uma vez que essa mesma sociedade já não o aceitará, mata a mulher... e foge para o campo, anda a vaguear, começando a re-construir   (interiormente) o seu ser, através da sua interacção com a natureza. Vai passando por diversas etapas, chegando a várias conclusões. O encadeamento dos seus pensamentos e raciocinios não nos deixa largar o livro. Em determinado ponto, chega a uma quinta, onde vivem duas mulheres (além de outras pessoas). Uma delas tem medo da morte, pois tem medo do mundo dos espiritos que pensa vir a encontrar, não da morte em si, e outra tem medo da vida, pois vivia segundo determinados moldes e um dia, sentindo-se mais livre, tentou procurar-se a si própria, assustou-se com o que encontrou, e voltou à sua carapaça. Os diálogos entre o homem e as duas mulheres são.... nem tenho palavras, verdadeira parada de perguntas e respostas à volta de questões existenciais. 

Pelo meio, há uma passagem que eu não consegui esquecer. Em determinado ponto da sua busca interior, o homem, todo contente porque já tinha chegado a algumas boas conclusões, 
resolve que deve escrever para fixar as ideias e as conclusões a que chegou... mas, mal tenta começar, realiza que se começa a escrever está já a distorcer o seu pensamento... e seguem-se 6 páginas numa brutal discussão interior à volta desse tema - escrever é detrupar o pensamento impondo-lhe barreiras. 

A existência é como apalpar uma maçã no escuro - sentimos que é uma maçã, mas não podemos vê-la 

E o final do livro é abissal... claro, isto não devo contar...

Ótimo fim de semana a todos!!!

Thy

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

"Mídia Ninja!"

Com a discussão sobre a "Mídia Ninja" e a mídia independente em geral, o debate sobre a vertente do "ser jornalista" voltou a ser quente. Chacoalhou, as pessoas ficaram mais empolgadas para falar sobre o assunto. Mas creio que o debate seguiu por outros caminhos e acabou se perdendo uma oportunidade muito importante de um debate público sobre o jornalismo em si.

O problema, na verdade, é o debate ficar só nisso e depois voltar ao café, à salinha dos fumantes ou à pose de jornalista sadomasoquista que adora ser esfolado e dizer para todo mundo o quanto é esfolado e o quanto isso faz dele um jornalista de verdade.

Sabemos que profissionais do mercado e professores de faculdade insistem em ensinar que devemos deixar nosso sangue na redação, edição, criação..... E não se trata de fazer corpo mole, mas alguém precisa avisar à nova (e à velha) geração que ser jornalista não é sofrer, não é trabalhar em condições cada vez mais precárias, não é ficar sem receber horas extras, não é sofrer assédio moral e não é deixar de viver e muito menos deixar de fazer o que realmente é jornalismo.