Olá caros leitores! As aulas de economia com a querida
Professora Jarmonielle me instigou a curiosidade de saber um pouco mais sobre
nossos planos monetários, deste modo, achei interessante traçar uma pequena
análise acerca dos paralelos entre Plano Bresser e Plano Verão, com base em
pesquisas e depoimentos de meu namorado que viveu bem essa época.... espero que
seja útil as informações e que edifiquem nosso cognitivo sobre uma das coisas
que mais gostamos: "Dindim"....
A princípio, pra quem acha que o Plano Real é uma merda, não
deve ter visto falar de Planos como Cruzado, Bresser e Verão por exemplo. A
política fiscal adotada nesses planos visavam estabilizar a economia (para o
núcleo endinheirado do nosso meio social, claro, e que se foda a plebe),
entretanto, é notório afirmar que foi uma merda, digo, fracasso em cima de
fracasso...
O Plano Bresser surgiu como meio se substituir o então
fracassado plano cruzado instituído pelo querido ex presidente Jumento ,
digo, Sarney (da "República Monárquica do Maranhão), mas se
mostrou ineficaz tanto quanto o plano que o deu lugar, não dando conta de
estabilizar o horror que se mostrava inflação em nosso país, e cedendo lugar
posteriormente ao “Plano (Vera) Verão”. Em 1987 no governo de Sarney
o ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira, assume com a
missão de controlar a inflação herdada do estúpido Plano cruzado.
O principal objetivo do plano não era acabar
com a inflação, nem com a indexação, mas evitar a sua aceleração e a
hiperinflação, e para isso era necessário diminuir o déficit público (pura
mentira!) que já representava uma parte considerável do PIB, pois nesta época
os gastos do governo eram superiores as receitas provenientes dos impostos
"extorquidos" no território tupiniquim.
Agora vamos para as "intelingentes" medidas
adotadas:
· Congelamento de salários, com inflação corrigida após
seis meses ao nível de 12 de julho (uma sacanagem);
· Congelamento de preços por três meses, observando
que aumentaram vários preços antes do congelamento (Uma fraude);
· Mudança da base do índice de Preços ao
Consumidor (IPC), incorporada a inflação para não sobrecarregar o mês de julho
(Uma piada);
· Desvalorização do câmbio em 9,5% em ao
nível de 12 de junho, sem congelamento, mas com desvalorizações suaves, e com
menor ritmo (É rir pra não chorar);
· Congelamento do preço de aluguéis de junho sem nenhuma
compensação (Pelo menos uma tentativa de acerto haja visto a especulação
imobiliária abusiva);
· Elaboração da (URP), unidade Referencial de Preços,
quecorrigia os salários de três em três meses ( A alegria do pobre).
Vale ressaltar que foi mantida uma política fiscal com taxa de juros positiva para incentivar a poupança (da qual saímos fodidos e mal pagos pelo Collor). Apenas como política de curto prazo o Plano Bresser teve êxito, conseguiu mesmo que por curto tempo equilibrar a balança comercial, mas com o aperto nos preços, a indústria se sentiu desestimulada a produzir por conta do aumentos nos custos.
O desequilíbrio de preços fez com que a inflação voltasse novamente, pois as pressões das classes trabalhadora e industrial que resultou em ganhos de reajustes para várias categorias começando pelos funcionários do governo e se espalhou para todas as classes.
E em dezembro de 1987, o plano não conseguiu controlar mais o déficit público (creio que os representantes políticas limpavam o rabo com notas de 1000...), apesar de ser este seu objetivo principal.Impossibilitado de tocar a política monetária em virtude de interesses contrários do governo Sarney , não o permitindo manter a austeridade fiscal.
Como estava até o pescoço atolado na merda, Bresser pede
demissão e assume o Ministro Maílson da Nóbrega que já (se achando..)
inicia propondo uma política econômica sem medidas drásticas, tenta
conviver com a inflação fazendo ajustes localizados, essa política foi
denominada de "Feijão com Arroz", a qual deveria evitar a hiperinflação.
Porém em 1988 a inflação chega a 933% e o governo lança mais um plano econômico.
E em 15 de janeiro de 1989, Plano Verão determinara o corte de três zeros; criando o "Cruzado Novo" mais um congelamento de preços é extinta a correção monetária e o plano propõe a privatização de algumas estatais (deveriam ter feito com a telefonia nessa época) e cortes nos gastos públicos ( Piada!), onde os funcionários contratados nos últimos cinco anos seriam exonerados (O Detran-TO deveria adotar isso na contemporaneidade, hehe). Os cortes não aconteceram ficaram somente no papel (Grande novidade....). O governo não realizou nenhum ajuste fiscal como sempre, as discussões no congresso sobre o período do mandato de presidente impediram qualquer tentativa de medidas mais austeras. Resumindo: os contribuintes que se lasquem!
O Plano Verão vira estatística que passa a preencher o rol de
planos econômicos desastroso do período. Em dezembro do mesmo ano a inflação
atingiu 53,55%. E de 1989 a 1990, a inflação chega a marca de 2.751%.a.a.
Graças a Deus veio o Plano Real, lembro do câmbio ainda na
infância, nao presenciei esses abusos anteriores a nós cidadãos
contribuintes constitucionalmente garantidos em um pseudo
estado democrático de direito...
Ah, obrigado por me fazer gostar de economia , Jarmonielle!
E a todos, um excelente Halloween...
Thyago
Pinto de Sousa
Bibliografia de apoio para os dados inflacionários:
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA - A Saga dos Planos Heterodoxos: A economia Brasileira de 1985 a 1994.