Pesquisar este blog

sábado, 28 de dezembro de 2013

Quem foi a Rainha de Sabá?



Mito ou verdade? Conheça um pouco sobre as lendas que rondam o nome da Rainha de Sabá, minha mulher/diva/puta/astuciosa/sedutora/inteligente/soberana/dama/poderosa Rainha e entenda o que faz desta personagem uma figura tão controversa.


A Rainha de Sabá possui significados e denominações diferentes para diversos povos do norte da África e do Oriente Médio. Os etíopes a chamam de Makeda, os muçulmanos a chamam de Balkis ou Bilkis e os romanos a chamavam de Nicaula. Mas o nome que ficou mais famoso na história veio em decorrência da denominação que o famoso rei Salomão, de Israel, a atribuiu, Rainha de Sabá. Mas, independentemente da diferença de nomeação, Torá, Bíblia e Alcorão concordam que ela foi uma soberana de significativa importância para o Reino de Sabá, que incluía os territórios da Etiópia e do Iêmen. Acredita-se, contudo, que ela tenha vivido no século X antes de Cristo.

A Torá relata que a Rainha de Sabá teria viajado cheia de presentes até o Rei Salomão  após ouvir histórias sobre ele. Ela tinha a intenção de testar sua sabedoria e acabou ficando maravilhada com o conhecimento do rei de Israel. Os etíopes afirmam que Salomão conquistou e engravidou a rainha nesse encontro. Dessa relação teria surgido a linhagem de imperadores do povo da Etiópia.

A Rainha de Sabá é a mãe da família imperial etíope. Sua relação com Salomão é detalhada em um importante texto da cultura daquele povo, o Kebra Negast. O filho do casal, Menelik I, foi o primeiro imperador da Etiópia.

No que tange a cultura medieval, a Rainha de Sabá  é personagem importante para uma das versões sobre a lendária Arca da Aliança. De acordo com o que é relatado também pela cultura etíope, na volta para casa, a Rainha de Sabá teria levado consigo a Arca da Aliança, que era protegida por Salomão em seu templo durante muitos anos. A lenda diz que a Arca da Aliança é a presença de Deus na Terra e que o responsável por protege-la possui muita prosperidade. De acordo com esta versão, o templo de Salomão teria ruído após a levada da Arca da Aliança e a presença desta no Império Etíope teria feito dele um dos maiores impérios do mundo durante vários anos, vencendo todas as guerras e os inimigos. Mas é importante ressaltar que esta é apenas uma das versões que sobre a lendária Arca da Aliança.

Para além dos relatos religiosos de diferentes orientações, pesquisas arqueológicas têm descoberto mais informações sobre a Rainha de Sabá. Apontamentos recentes baseados em escavações no Iêmen mostram que a Rainha de Sabá muito provavelmente teria sido a monarca da Arábia Meridional também. Há evidências de que a própria capital do Reino de Sabá era na região.

As aparências enganam

Após percorrer um longo trajeto de navio rumo ao reinado de Salomão, conta a lenda que a Rainha de Sabá teria ancorado em uma pequena ilha, onde, acompanhada por seu séqüito, foi saudada por oficiais da corte local, postados em duas filas que levavam à entrada do palácio. Enquanto caminhava em direção às portas, a Rainha deparou-se com um homem cuja elegância e nobreza não lhe deixaram dúvidas: estava defronte ao grande Rei Salomão. Entretanto, enquanto se ajoelhava em sinal de respeito e cortesia, foi humildemente avisada por aquele homem que, na verdade, ele próprio não passava de um simples oficial. A gafe, porém, não teria sequer deixado a Rainha sem jeito. Pelo contrário. O acontecimento logo a levaria à seguinte conclusão: "se um simples servo de Salomão é tão nobre assim, o rei deve ser verdadeiramente divino!".

Escrituras sagradas

Rainha do Meio Dia, Rainha do Sul, Makeda, Bilqs ou... Rainha de Sabá. Independentemente de qual seja o nome atribuído, o fato é que esta figura aparece mencionada nas escrituras sagradas do Cristianismo, do Judaísmo e do Islamismo, bem como na cultura laica. Embora as abordagens em cada uma dessas religiões tenham nuances distintas, pode-se dizer que a Rainha de Sabá é um dos poucos mitos da humanidade cujos acontecimentos e desdobramentos estão tão vinculados a questões religiosas – o que, talvez, tenha lhe conferido ainda mais veracidade e vivacidade. Vale lembrar ainda que, entre os árabes, a imagem de Bilqs é até hoje evocada pela cultura local. Já quanto aos etíopes, pode-se dizer que Makeda é considerada ponto de controvérsia político, tendo em vista que a família real local alega ser descendente do suposto filho gerado pela Rainha de Sabá com o Rei Salomão.

Dinastia Salomonica

Não se sabe, ao certo, se o relacionamento entre a Rainha de Sabá e o Rei Salomão resultou no nascimento de uma criança. Sabe-se, porém, que aqueles que acreditam piamente nesta possibilidade, conhecem até mesmo a identidade deste filho: Menelik, moço que teria assumido o trono com o título de “Rei dos Reis da Etiópia” e iniciado, assim, a Dinastia Salomonica. Esta dinastia governaria este país por três mil anos, que só se encerrariam com a subida do Imperador Haile Selassie, em 1974.