Mito
ou verdade? Conheça um pouco sobre as lendas que rondam o nome da Rainha de
Sabá, minha
mulher/diva/puta/astuciosa/sedutora/inteligente/soberana/dama/poderosa Rainha e
entenda o que faz desta personagem uma figura tão controversa.
A
Rainha de Sabá possui significados e denominações diferentes para diversos
povos do norte da África e do Oriente Médio. Os etíopes a chamam de Makeda, os
muçulmanos a chamam de Balkis ou Bilkis e os romanos a chamavam de Nicaula. Mas
o nome que ficou mais famoso na história veio em decorrência da denominação que
o famoso rei Salomão, de Israel, a atribuiu, Rainha de Sabá. Mas,
independentemente da diferença de nomeação, Torá, Bíblia e Alcorão concordam
que ela foi uma soberana de significativa importância para o Reino de Sabá, que
incluía os territórios da Etiópia e do Iêmen. Acredita-se, contudo, que ela
tenha vivido no século X antes de Cristo.
A
Torá relata que a Rainha de Sabá teria viajado cheia de presentes até o Rei
Salomão após ouvir histórias sobre ele.
Ela tinha a intenção de testar sua sabedoria e acabou ficando maravilhada com o
conhecimento do rei de Israel. Os etíopes afirmam que Salomão conquistou e
engravidou a rainha nesse encontro. Dessa relação teria surgido a linhagem de
imperadores do povo da Etiópia.
A
Rainha de Sabá é a mãe da família imperial etíope. Sua relação com Salomão é
detalhada em um importante texto da cultura daquele povo, o Kebra Negast. O
filho do casal, Menelik I, foi o primeiro imperador da Etiópia.
No
que tange a cultura medieval, a Rainha de Sabá
é personagem importante para uma das versões sobre a lendária Arca da
Aliança. De acordo com o que é relatado também pela cultura etíope, na volta
para casa, a Rainha de Sabá teria levado consigo a Arca da Aliança, que era
protegida por Salomão em seu templo durante muitos anos. A lenda diz que a Arca
da Aliança é a presença de Deus na Terra e que o responsável por protege-la
possui muita prosperidade. De acordo com esta versão, o templo de Salomão teria
ruído após a levada da Arca da Aliança e a presença desta no Império Etíope
teria feito dele um dos maiores impérios do mundo durante vários anos, vencendo
todas as guerras e os inimigos. Mas é importante ressaltar que esta é apenas
uma das versões que sobre a lendária Arca da Aliança.
Para
além dos relatos religiosos de diferentes orientações, pesquisas arqueológicas
têm descoberto mais informações sobre a Rainha de Sabá. Apontamentos recentes
baseados em escavações no Iêmen mostram que a Rainha de Sabá muito
provavelmente teria sido a monarca da Arábia Meridional também. Há evidências
de que a própria capital do Reino de Sabá era na região.
As aparências enganam
Após
percorrer um longo trajeto de navio rumo ao reinado de Salomão, conta a lenda
que a Rainha de Sabá teria ancorado em uma pequena ilha, onde, acompanhada por
seu séqüito, foi saudada por oficiais da corte local, postados em duas filas
que levavam à entrada do palácio. Enquanto caminhava em direção às portas, a
Rainha deparou-se com um homem cuja elegância e nobreza não lhe deixaram dúvidas:
estava defronte ao grande Rei Salomão. Entretanto, enquanto se ajoelhava em
sinal de respeito e cortesia, foi humildemente avisada por aquele homem que, na
verdade, ele próprio não passava de um simples oficial. A gafe, porém, não
teria sequer deixado a Rainha sem jeito. Pelo contrário. O acontecimento logo a
levaria à seguinte conclusão: "se um simples servo de Salomão é tão nobre
assim, o rei deve ser verdadeiramente divino!".
Escrituras sagradas
Rainha
do Meio Dia, Rainha do Sul, Makeda, Bilqs ou... Rainha de Sabá.
Independentemente de qual seja o nome atribuído, o fato é que esta figura
aparece mencionada nas escrituras sagradas do Cristianismo, do Judaísmo e do
Islamismo, bem como na cultura laica. Embora as abordagens em cada uma dessas
religiões tenham nuances distintas, pode-se dizer que a Rainha de Sabá é um dos
poucos mitos da humanidade cujos acontecimentos e desdobramentos estão tão
vinculados a questões religiosas – o que, talvez, tenha lhe conferido ainda
mais veracidade e vivacidade. Vale lembrar ainda que, entre os árabes, a imagem
de Bilqs é até hoje evocada pela cultura local. Já quanto aos etíopes, pode-se
dizer que Makeda é considerada ponto de controvérsia político, tendo em vista
que a família real local alega ser descendente do suposto filho gerado pela
Rainha de Sabá com o Rei Salomão.
Dinastia Salomonica
Não
se sabe, ao certo, se o relacionamento entre a Rainha de Sabá e o Rei Salomão
resultou no nascimento de uma criança. Sabe-se, porém, que aqueles que
acreditam piamente nesta possibilidade, conhecem até mesmo a identidade deste
filho: Menelik, moço que teria assumido o trono com o título de “Rei dos Reis
da Etiópia” e iniciado, assim, a Dinastia Salomonica. Esta dinastia governaria
este país por três mil anos, que só se encerrariam com a subida do Imperador
Haile Selassie, em 1974.
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