É no domingo que me sinto mais puto com a religião. Com a religiosidade pra ser mais específico. No domingão aclamado como um dia para dedicar a família e aos amigos, portanto, e implicitamente, a Deus, porque quem diz amar a Deus e não ama o seu próximo engana a si mesmo e é um descarado, e se troca um happy hour com a família ou amigos por um entretenimento religioso cujo a taxa mensal suga escandalosos dez porcentos de sua renda, com o motivo certo de aplacar a consciência e sua dívida semanal com os céus, então, está trocando uma relação com Deus por uma relação de cunho consumista com o serviço ou produto religioso.
Demorei pra sacar isso! Por muito tempo, precioso por sinal, me “relacionei” com Deus por meio de práticas, compromissos e ritos que na medida dos anos provaram-se nada mais que um julgo e um fardo muito do sacana. Troquei muitos domingos com minha mãe por domingos com a igreja desempenhando o papel de prestar os serviços tão caros à religião e seus acionistas.
A minha avó, coitada, como era “do mundo”, corrijo, ainda é, não era dígna de passar tempo comigo, um santo em projeção na igreja. Misturar-me com “mundanos”? Só para falar de Jesus e pregar o Evangelho. Coisa que se resumia a exaltar a moral pregada pela igreja e depois explanar os motivos pelos quais o cidadão vítima do meu proselitismo iria para o inferno caso não acatasse minha lógica sagrada.
Canso de ver famílias e amigos deixarem de comungar de verdade uns com os outros porque têm a piedosa obrigação de não faltar os cultos ou missas ou seja lá como chamem os compromissos sagrados. Nada contra as pessoas se lançarem em suas crenças e ofícios religiosos. É um direito que elas têm, para prejuízo delas, tido como dever. Mas, quando isso me atrapalha… aí é canseira! Afinal, também tenho minhas obrigações no domingo.
Dormir até tarde, até que o corpo diga: cheeega, tá bom, já tô novinho em folha! Almoçar com tranquilidade com a galera, com a família, com a namorada ou até mesmo sozinho, tranquilo e sossegado, assistindo ou ouvindo alguma coisa. Na hora em que todo mundo está indo para seus entretenimentos mensalmente pagos, eu geralmente vou para meus entretenimentos, digamos pré-pagos: cinema, pizzaria, sorveteria, shopping, etc. Alguma coisa que não arrombe minhas economias e que possa me dar um pouco de cultura, relacionamentos e escape de uma semana cheia de trabalho.
Até aí tudo bem! Uns vão para o culto ou missa, outros para o cinema ou um lanche com os amigos. O problema é quando esses mesmos indivíduos concorrem o horário e a discrepância de obrigações se cruzam. Nessa hora a religião só me fode…
Vai ae uma pergunta basica do Thy: qual a coisa mais observada durante uma missa/culto? ... tempo... um beijo na boca de quem responder!
Acertou quem respondeu O RELÓGIO!
Thy
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